sulfeto de hidrogênio / hydrogen sulfide.
Gás incolor, ligeiramente mais pesado que o ar, de odor penetrante que lembra ovos podres, muito venenoso, corrosivo, inflamável e explosivo, com fórmula molecular H2S.
→ O sulfeto de hidrogênio também é conhecido como gás sulfídrico. Dissolvido em água, o sulfeto de hidrogênio forma um ácido fraco, denominado ácido sulfídrico. O H2S resulta geralmente da decomposição bacteriana da matéria orgânica na ausência de oxigênio. Pequenas quantidades de H2S podem estar presentes no petróleo cru, porém concentrações bem mais elevadas podem ocorrer em correntes de gás natural. Porção representativa das emissões globais de H2S está associada a atividades antropogênicas. As refinarias de petróleo são a maior fonte industrial do gás, oriundo principalmente dos processos de hidrotratamento, que visam à remoção do enxofre dos derivados produzidos. O H2S assim produzido é convertido para enxofre elementar por combustão parcial de acordo com o processo Claus; tal atividade é a maior responsável pelo suprimento de tal enxofre elementar para indústrias de transformação (ex., produção de ácido sulfúrico, fertilizantes, fármacos, etc.). A corrosão de metais na presença de H2S é denominada corrosão ácida e constitui um problema relevante para a indústria de petróleo e de gás. Embora o sulfeto de hidrogênio não seja em si corrosivo, quando dissolvido em água forma um ácido fraco capaz de reagir com os metais, formando sulfetos metálicos. A corrosão por H2S pode se manifestar de maneira generalizada, na forma de pitting ou de fraturas. O sulfeto de hidrogênio é um gás altamente tóxico e inflamável. Como é mais pesado que o ar, ele tende a se acumular nas partes baixas de locais com pouca ventilação. Embora o seu odor seja prontamente percebido, o gás pode provocar rapidamente danos ao sistema olfativo, de modo que as pessoas expostas podem deixar de percebê-lo até que outras consequências da exposição à substância se manifestem. O H2S é um veneno de amplo espectro, capaz de afetar diversos sistemas do corpo humano, particularmente o sistema nervoso. A toxicidade do sulfeto de hidrogênio é comparável à do monóxido de carbono. A presença de H2S no ar pode ser detectada pela maioria das pessoas em concentrações tão baixas quanto 0.0047 ppm. O limite de exposição ao gás em períodos de 8h é de 10 ppm; com concentrações entre 100 e 150 ppm o sentido do olfato desaparece após umas poucas inalações; concentrações da ordem de 800 ppm são letais para 50% dos seres humanos após 5 minutos de exposição; concentrações superiores a 1.000 ppm podem causar colapso imediato e perda da respiração mesmo após uma única inalação.